'Um show do caralho': Volver lança 'Canções Perdidas ...' em casa

www.senhorf.com.br

'Um show do caralho': Volver lança 'Canções Perdidas ...' em casa

* Maurício Guenes

Depois de muitos dias longe de Recife, nada melhor do que tocar na sua terra, o lar, doce lar. Rever os amigos, família e fazer o que você mais gosta: música. Como diria um amigo, "a música é alimento da alma". Com uma casa cheia, o Teatro Maurício de Nassau estava novamente tomado de energias positivas. A chuva que há dias banhava a cidade, parecia ter parado para procurar as canções que iriam embalar aquela noite.
Às 22 horas, começa a festa, com o Dj Tarta. Em seguida, a Superoutro sobe ao palco e faz mais um show daqueles que só os astros alinhados proporcionam. A cada apresentação, a banda se solta mais ao palco. Logo após, as cortinas do Teatro Maurício de Nassau são levantadas e, pasmem, a vontade da Volver era tanto de ver seu público, que o vocalista Bruno Souto, saúda o público cantando e imitando o saudoso Nelson Golçalves, com a ‘A Volta do Boêmio'.
..."Boemia, aqui me tens de regresso, e suplicante lhe peço, a minha nova inscrição... Voltei pra rever os amigos, que um dia eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violão ... 1,2,3 ...", e entra ‘Twist’ (clássico da Graforréia Xilarmônica). O público, que esperava com ansiedade, entra no clima, lembrando os velhos bailes da Jovem Guarda.
Em seguida, ‘Charminho’, ‘Quero Te Ver Vem (Longe de Mim)’,’Canção Perdida’, ‘Casalzinho Pegando Fogo’ (Júpiter Maçã), ‘Não Trate Ele Assim’, envolvem o público. Em uma pausa breve, a banda agradece ao público e fala rapidamente sobre a turnê (com shows nas Super Noites Senhor F, Bananada e em Salvador). E a festa continua, com ‘Muito a Sério’ e ‘Máquina do Tempo’ - que fez o público se dividir em amores, paqueras, coros cantando e balançar de cabeças.
Em seguida, vem ‘Nada Vai Mudar’ (Mopho) e ‘Lucy’, que novamente levou outro coro de vozes. Nessa hora, entra a música que fará parte do tributo a Odair José – ‘Vou Contar de Um a Três’. Pausa necessária pra respirar, e vem ‘Choque Elétrico’. Psicodélica e impressionante, levou uma parte do público a ligar isqueiros!
Na seqüência, ‘Chamas do Inferno’ (Os Atonais, banda de Marcelo Birck), ‘Não Ria de Mim’ e ‘Você Que Pediu’, que botou o público para bater palmas e cantar em conjunto. ‘Mister Bola de Cristal’, que mostra o lado mais rebelde da Volver, fechou a "festa das canções perdidas" para um público que, com aplausos e assovios, pediu e levou um bis: ‘Ela Só Quer Me Ter’(dos curitibanos Faichecleres).
Enfim, uma noite para se festejar. "Um show do caralho!", como muitos disseram. Com um público novo, e produtores da cena e integrantes das bandas da cidade, presentes no show, observando que a Volver tem um fôlego que se renova a cada apresentação. De fato, assim tem sido, desde a primeira demo.

* Maurício Guenes é editor da revista Galpão do Rock.